O que é o bem-estar organizacional? Por que esse é um dos principais temas atualmente na mesa do RH e das lideranças? Reunimos dados e dicas para você entender a importância desse conceito, seus benefícios e, ainda, como começar a promovê-lo na sua empresa!
Por Maria Clara Ramos
Será que é possível promover um ambiente em que as pessoas possam performar com excelência e ainda ter felicidade e bem-estar? Quem é o verdadeiro responsável por fazer isso acontecer nas organizações?
Um levantamento feito pela Pulses, empresa que mede continuamente o clima, o engajamento e a performance de profissionais das mais diversas áreas, mostrou que:
- 81% estão se sentindo esgotados em seu trabalho;
- 54% se sentem frustrados;
- 51% estão sem paciência com outros membros da equipe.
Os temas que envolvem saúde mental, burnout, bem-estar dos colaboradores e felicidade organizacional estão muito em alta ultimamente, mas não são de hoje. No entanto, a pandemia, o modelo híbrido e remoto, e as novas formas que encontramos de nos relacionar com o trabalho e com a vida pessoal, colocaram uma lente de aumento em todos esses desafios.

Certamente você já ouviu algo parecido ou conhece alguém que já ouviu isso de algum líder. A verdade é que esse “portal” que separa a sua vida pessoal da profissional sem nenhuma interferência nunca existiu. Somos igualmente e constantemente atravessados por ambos aspectos, principalmente os que trabalham em suas casas.
O que fazer, então, para que os ambientes organizacionais não sejam tóxicos e não adoeçam as pessoas? As lideranças e o RH têm um papel fundamental em promover ambientes saudáveis aos seus times e colaboradores.
Veja algumas dicas que separamos, abaixo!
Promovendo o bem-estar organizacional
A atuação do RH e das lideranças frente à felicidade, à saúde mental e ao bem-estar dos colaboradores é, hoje, tão importante e estratégica quanto investir em melhorias ou novos produtos. O bem-estar organizacional visa a saúde dos colaboradores e consiste em um diferencial competitivo para o mercado. Afinal, ele é um fator de influência direta no desempenho e resultados alcançados pelo time.
Um colaborador feliz é um colaborador ativo, engajado e saudável. Além de ser um diferencial para atrair e reter talentos na sua empresa, oferecer boas condições de trabalho torna-se cada vez mais importante também para oferecer uma melhor experiência e atendimento para o seu cliente! Dados da Consultoria McKinsey mostram que empresas líderes na experiência do cliente, que priorizam a felicidade dos seus funcionários, atingem ganhos de receita de 5% a 10% e reduzem os custos em 15% a 25% ao longo de dois ou três anos.
Porém, antes de começar a promover uma série de intervenções de bem-estar e felicidade no ambiente organizacional, é preciso entender se o tema da segurança psicológica é prioritário na sua empresa, o que nos leva a dica número um:
Segurança psicológica é indispensável
Empresas que oferecem baixa segurança psicológica estão criando colaboradores mais ansiosos e menos confiantes, e isso impacta diretamente nas suas performances. Faça esse exercício e pergunte-se:
- Há um clima amigável na minha organização?
- As pessoas se sentem bem?
- Os meus colaboradores se sentem confortáveis para dar opiniões, mesmo que seja divergente?
- O nível de criatividade dos meus times é alto?
Se a maioria das suas respostas foi “não”, então você precisa começar a olhar para o tema de Segurança Psicológica. Amy Edmondson, autora do livro “A Organização Sem Medo”, diz que a segurança psicológica pode ser entendida como a crença de que o ambiente de trabalho é seguro para assumir risco interpessoal, onde colegas confiam e respeitam uns aos outros e se sentem aptos – até obrigados – a serem sinceros. Falar em felicidade em bem-estar organizacional nas empresas que têm o medo como base de atuação torna-se um desafio ainda maior.
Recentemente, o Valor Econômico reforçou também a relação da segurança psicológica com a inovação. A matéria mostrou que a segurança psicológica e a cultura de aprendizagem são pontos em comum entre as dez empresas mais inovadoras do Brasil!
Não existe inovação sem cultura de aprendizagem e não se pode aprender se não há espaço para errar. A capacidade de expressar opiniões com tranquilidade, fazer perguntas e, principalmente, receber ajuda em vez de críticas ao cometer um erro, são algumas das características de um ambiente profissional que oferece segurança psicológica, e o novo mindset das lideranças precisa ir nessa direção. Já escrevemos um artigo para o nosso blog sobre o papel do líder na aprendizagem corporativa, com dicas exclusivas do nosso curso estrelado pelo Léo Carvalho, Head de Educação da Leroy Merlin.
Para inovar, precisamos continuamente aprender a desaprender para reaprender. É nisso que acredita Edu Valladares, convidado do nosso podcast e Designer de Experiências em Aprendizagem. Nesse episódio, Edu traz dicas de como desenvolver a mentalidade de aprendizagem contínua nas empresas, com autonomia, vulnerabilidade e colaboração, sem hierarquias.
Para oferecer um ambiente seguro, de alta confiança e inovador na sua empresa, comece com essas quatro regras de ouro:
💡Promova um ambiente colaborativo;
💡Crie uma cultura amigável ao erro;
💡Tenha times diversos e inclusivos;
💡Encoraje os seus colaboradores a se arriscarem (o que nos leva a dica número dois).
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Ofereça autonomia
“Um time não é um grupo de pessoas que trabalham juntas. Um time é um grupo de pessoas que confiam umas nas outras.” Essa frase, dita pelo Simon Sinek, reforça a importância da confiança para o desenvolvimento de times mais unidos e de alto desempenho. Ela é fundamental para que as lideranças possam,entre outras funções, delegar tarefas e oferecer autonomia aos seus colaboradores.
Ao contrário do que muitos acreditam, construir um ambiente com autonomia não significa perder o controle da sua equipe. O oposto de autonomia é dependência e o de controle é descontrole, portanto, é possível estimular maior autonomia no processo de tomada de decisão em nossos times ou em novos projetos, e, ainda assim, continuar com o controle de indicadores para mensurar os resultados.
Isso também pode se aplicar à aprendizagem. Controlar como, quando, quanto e o que cada colaborador pode aprender não funciona! Veja essa analogia desenvolvida no livro “Brave New Work”, do Aaron Dignan:
No trânsito, quando estamos diante de uma interseção, temos basicamente duas opções, que partem de lógicas opostas: os semáforos ou as rotatórias. Na primeira, as pessoas não são confiáveis para lidar com interseções por conta própria e por isso precisam seguir estritamente as regras de sinalização.
Enquanto na segunda, assume-se que as pessoas são confiáveis para fazer bons julgamentos. Ou seja, nas rotatórias, os motoristas passam a ser responsáveis e protagonistas nas decisões de seguir ou parar.
Qual delas é mais eficiente?
Segundo o Instituto de Seguros para Segurança Rodoviária (IIHS), são as rotatórias! Veja, abaixo, os dados coletados no estudo:

Ou seja, quanto mais autonomia, confiança e protagonismo você dá às pessoas, melhor! Investir nas “rotatórias” no ambiente de trabalho pode ser uma maneira de melhorar a eficiência e os resultados da sua empresa, além de aumentar o senso de responsabilidade de cada integrante dos seus times.
Alex Bretas, Co-fundador da Agile Learning Center e uma das maiores referências em aprendizagem autodirigida do Brasil, listou, neste episódio, mais de 10 sinais de uma cultura que preza pela autonomia e também as armadilhas que a liderança pode cair ao tentar criar um ambiente colaborativo para a Educação.
Incentive “micro momentos de felicidade”
O que é felicidade para você? Cada indivíduo tem a sua perspectiva particular, mas a ciência já comprova que ela é uma habilidade, e como qualquer outra, precisa ser desenvolvida, estimulada, praticada e cultivada.
A cientista Barbara Fredrickson desenvolveu um estudo chamado “Broaden and Build” ou, em tradução livre, “ampliar a visão e construir uma solução”, que visa entender como as emoções, positivas ou negativas, impactam as nossas ações diante de situações complexas.
A pesquisa nos mostra que quando sentimos emoções negativas, temos como consequências a redução da capacidade de tomada de decisão e uma maior dificuldade para encontrar soluções e sair de uma situação ruim. A reação instintiva, em geral, nos traz mais problemas do que soluções.
As emoções positivas, no entanto, nos capacitam a ampliar o repertório de soluções e encontrar possibilidades criativas e efetivas para os problemas que vivemos.
A teoria de Barbara Fredrickson mostra que as emoções positivas nos ajudam a ativar a criatividade e a capacidade de ir além em nossas ideias. Além disso, elas nos auxiliam na liberação de hormônios como a ocitocina, que nos motiva e aumenta a capacidade de interagir com as pessoas e criar relacionamentos positivos, colaborativos e motivadores.
Como líder, você pode incentivar momentos frequentes para proporcionar felicidade e emoções positivas em seus time. Não importa a profundidade e nem a duração, mas sim a frequência. Portanto, algumas dicas são: um bom dia genuíno, um elogio, um reconhecimento ou uma gentileza. Essas atividades ajudam comprovadamente a melhorar sua saúde mental e física e sua performance durante o dia!
Novo lançamento: Felicidade Organizacional
O mais novo lançamento do nosso streaming de cursos corporativos conta com esse tema, que é fundamental na agenda dos C-levels e líderes. Estrelado por Daniele Cabral, Especialista em Felicidade Organizacional, o curso traz muitas dicas práticas de como levar felicidade e bem-estar para dentro das empresas.
No curso, Daniele reforça que mais do que promover momentos de felicidade, também é fundamental encontrar maneiras de medir o sucesso das iniciativas. Cada equipe é uma equipe e, portanto, é preciso entender o que funciona para a sua, e para isso, torna-se fundamental estabelecer indicadores de felicidade, bem-estar e saúde!
Veja o trailer do nosso curso, abaixo!
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5 Tendências para o futuro
Já mostramos a importância do bem-estar organizacional para a saúde dos seus colaboradores e, consequentemente, para o sucesso da sua empresa! Veja, abaixo, as cinco tendências seguidas pelas principais empresas do país:
- Investimento em programas saúde mental
Serviços de terapia online, cursos, redes de apoio, debates internos, palestras e distribuição de materiais didáticos entram nesse quesito.
- Estímulo à prática de atividade física
Yoga, meditação, ginástica laboral, benefícios como Gympass, entre outras opções.
- Workshops e imersões ao ar livre
Principalmente depois da pandemia, a necessidade de reconexão ficou mais latente. Investir em encontros ao ar livre pode tornar a sua equipe mais colaborativa e engajada.
- Personalização dos benefícios corporativos
É preciso considerar gostos e perfis diferentes dentro de um time quando se planejam os benefícios corporativos a serem oferecidos pela empresa.
- Horários flexíveis
Para muitos, o trabalho remoto ou híbrido significa mais liberdade, otimização do tempo, aumento de produtividade e, consequentemente, de bem-estar.
