Essa é uma dúvida para muitos profissionais. Como conseguir se destacar e “se vender” mais utilizando estratégias de branding e marketing pessoal no trabalho? Neste artigo, escrito pelo nosso CTO, Miguel Fernandes, você vai saber como começar, o que ele tem feito e porque isso tem tudo a ver com política!
Por Miguel Fernandes – CTO e Co-Fundador da Witseed
O meu despertar para o marketing pessoal aconteceu no início de 2016, no avião, voltando de Brasília com um deputado, então relator do marco civil da Internet. Nesse dia, tivemos uma reunião com uma ex-candidata à Presidência sobre minha ideia de plataforma digital para o Rede Sustentabilidade, partido recém fundado por ela.
Minha paranóia exagerada de andar de avião foi potencializada pelo fato de eu estar com um deputado do lado, voltando de um encontro com uma potencial presidenta da república. É o típico avião que costuma cair, pensei.
Turbulências que começaram devagar ficaram intensas. Um barulho de casco de cerveja batendo gritou das turbinas. O deputado estava tranquilo e sereno. E eu, para fingir normalidade, desatei a falar compulsivamente.
Apesar de aterrorizado pelo crescente nível de certeza de que o avião iria cair, mantive as aparências. Eu explicava “calmamente” para o deputado que a ideia surgiu quando trabalhei com o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro na construção do Mudamos.org, app para criação colaborativa de leis de iniciativa popular.
Depois de lançar o Mudamos.org, que ganhou o prêmio Google de Impacto Social nesse mesmo ano, comecei a arquitetar o sistema de um partido político em rede, baseado na Internet. Era um exemplo do que hoje chamamos de “organização autônoma descentralizada” ou DÃO, na sigla em inglês. Na época não tinha nome, o que tornava a explicação ainda mais complicada.
Imagina uma rede social, só que em vez de fotos, são propostas políticas, em vez de comentários, são debates; e em vez de curtidas, são votos, que podem ser ponderados de acordo com o critério da DAO, ou do partido político, no caso.
Partidos políticos são a versão analógica, o MVP das DAOs. Mas isso é tema pra outro artigo, agora você vai entender como tudo isso me despertou para a importância do marketing pessoal no trabalho. O deputado que estava comigo é daqueles passageiros que age com absoluta normalidade a qualquer solavanco que o avião dá. E foram muitos. Como ele continuava prestando atenção calmamente ao que eu explicava, mesmo quicando no banco, continuei também explicando “calmamente”.
Tenho fresca na memória uma frase que ele disse, balançando de um lado pro outro, mas ainda assim, sério: “você deveria escrever sobre essa ideia, posta mais no Facebook, é muito interessante, tem potencial”. Respondi que não tinha tempo para fazer isso, pois precisava trabalhar, logo depois derramei o copo de café quente na coxa por causa do solavanco.
Aí a conversa desembocou para outro caminho. Disse ele, enquanto me passava o pacotinho de guardanapos, que esse era precisamente o dilema dos políticos. Não adianta mais trabalhar, escrever discursos inspiradores, elaborar ótimas leis ou estudar as melhores propostas, o político precisa ficar postando para vencer.
Há os políticos que não fazem nada, são pouco produtivos, mas postam muito. Claro, afinal, têm tempo pra isso. Esse era o temor: que com as redes sociais a política fosse virar só isso.
Nesse caso, o trabalho do político é disseminar coisas na internet, sem muito compromisso com a verdade. Basta publicar o que for viralizar mais e nem precisa trabalhar de verdade. Aí está um problema que a tecnologia não vai resolver, foi a conclusão, aparentemente acertada, olhando para 2016 em retrospectiva.
Finalmente, pousamos. Aterrissagem tranquila. Ufa! Voltei a ficar calado. Saí andando pelo aeroporto Santos Dumont com minha bela mancha de café que se destacava na calça caqui.
-Até mais, deputado.
-Até mais, Miguel.
E cada um seguiu seu rumo. Nem tiramos selfie pra publicar no Facebook. Sempre que posto algo na internet lembro dessa história. Neste dia, recordo de passar pelo Aterro do Flamengo, dentro do táxi, pensando: preciso ser mais político no meu trabalho.
Marketing Pessoal no Trabalho: lições da política
Por que estou aqui contando essa história em vez de escrever sobre orientações ou técnicas? A resposta chata é que todo mundo hoje precisa ser mais político. Não necessariamente o político dessa história, que trabalha menos por isso. É preciso equilibrar reflexão e prática.
Afinal, estar aqui falando sobre meu trabalho é ou não é parte do trabalho?
Essa é a importância do que chamamos de “marketing pessoal”. Um conjunto de técnicas e estratégias de marketing que são utilizadas para promover a imagem ou o trabalho de uma pessoa. Ou seja, ele ajuda um profissional a ganhar mais autoridade e visibilidade na sua área de atuação. O mercado de trabalho está cada vez mais concorrido, e nas redes sociais, principalmente no LinkedIn, que é uma rede profissional, se destacar tornou-se um desafio crescente.
Se você é uma pessoa que trabalha muito ou é excepcional no seu trabalho mas mesmo assim sente que não tem recompensas devidas, como um aumento, uma promoção ou até mesmo um reconhecimento informal da sua liderança, talvez o que te falte seja começar a investir no seu marketing pessoal.
Alguns benefícios do marketing pessoal e como começar
A principal vantagem é o aumento de visibilidade no mercado, mas também o ganho de autoridade por parte do seu público, mas entre outras posso listar:
- Melhora na fala em público e quebra da timidez;
- Autoestima profissional e pessoal em alta;
- Melhor interação com as lideranças e com os colegas de trabalho;
- Desenvolvimento da confiança e coragem.
- Autoridade
- Reconhecimento
- Destaque
Escrever (e publicar) histórias sobre meu trabalho é a forma que encontrei de fazer isso. São acontecimentos que eu ia deixando passar no esquecimento, inconsciente dos aprendizados que trouxeram.
Um hábito que tento estimular nas pessoas que trabalham comigo é esse: escreva histórias sobre o seu trabalho, crie conteúdo sobre o que você faz e compartilhe essas histórias na internet. Isso é parte do trabalho!
Por aqui, vou contando as histórias que vivi nessas centenas de anos de carreira, desde a época do bit lascado até os dias de hoje. Aliás, a história do bit lascado é muito boa. Fica pra outro dia.
Nós já publicamos outras histórias como essas escritas pelo nosso CTO, que você também pode gostar, veja também:
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Se você não falar, alguém falará por você!
Vivemos em um mundo com uma concorrência enorme de informação e você (pessoa ou empresa) precisa se comunicar para ter espaço dentro dela. Existem diversas formas de desenvolver uma boa comunicação e é preciso enxergar a importância dessa prática. Você vai ver que internamente ela está diretamente ligada ao engajamento, à eficiência, transparência e à tomada de decisões, afinal ninguém compra uma ideia boa mal contada.
Nesse episódio, você vai receber dicas do Porta Voz da Polícia Militar e ouvir a sua experiência no desenvolvimento de uma comunicação assertiva e clara, desde o tom de voz até a linguagem corporal.