A Harvard Business Review realizou um estudo que comprova que o aprendizado contínuo é um dos melhores remédios para o estresse no trabalho. Não sabia? O aprendizado nos permite construir resiliência e mindset de desenvolvimento diante do estresse!
Este artigo é uma tradução livre do blog da Harvard Business Review
Ansiosos, exaustos e sem energia. É assim que muitos funcionários sentem o estresse no trabalho devido a fatores como horas de trabalho mais longas, aborrecimentos mais frequentes, necessidade de realizar mais entregas tendo menos recursos e assim por diante.
Já é comprovado que esse tipo de estresse no ambiente de trabalho pode induzir alguns sentimentos que prejudicam o desempenho pessoal e também profissional, tais como:
- Ansiedade e raiva;
- Comportamento antiético;
- Más tomadas de decisão;
- Exaustão e esgotamento crônicos.
Em geral, há duas maneiras pelas quais as pessoas tentam lidar com esse estresse. Uma delas é simplesmente “apertar o cinto e seguir em frente” – concentrar-se em fazer o trabalho estressante. Os profissionais muitas vezes têm um “viés de ação” e querem encontrar uma solução rapidamente, e eles se orgulham de serem pessoas duras que podem continuar trabalhando apesar de se sentirem estressadas e cansadas.
A outra tática comum é recuar – desconectar-se temporariamente do trabalho e fugir do ambiente estressante. Não à toa, pesquisas sobre pausas nos dias de trabalho cresceram muito nos últimos anos, descobrindo que pausas relaxantes e envolventes podem melhorar as emoções e aumentar a energia no trabalho. Isso explica por que “instalações de relaxamento”, como salas de descanso, equipamentos de ginástica e zonas de entretenimento estão se tornando ofertas populares em empresas de setores intensivos em conhecimento.
Infelizmente, tanto “passar por cima” quanto “fugir” têm armadilhas em potencial.
Pesquisas constatam há muito tempo que nós, humanos, temos limites para lidar com cargas de trabalho pesadas, o que restringe nossa capacidade de sempre trabalhar. Continuar a se esforçar enquanto está estressado e cansado simplesmente nos sobrecarregará e levará ao esgotamento e ao desempenho prejudicado. E embora uma suspensão do trabalho possa fornecer alívio temporário, ela não resolve os problemas subjacentes que causam estresse em primeiro lugar. Quando voltamos de um intervalo, não apenas nos deparamos com os mesmos problemas, mas também podemos sentir culpa e ansiedade adicionais.
Então, o que mais os profissionais podem fazer para atenuar os efeitos nocivos do estresse?
Uma pesquisa recente publicada pela Harvard Business Review sugere uma terceira opção: focar no aprendizado. Isso pode significar adquirir uma nova habilidade, reunir novas informações ou buscar desafios intelectuais.
Em dois projetos de pesquisa recentes, um com funcionários de vários setores e organizações e outro com residentes médicos, a HBR encontrou evidências de que o envolvimento em atividades de aprendizado contínuo pode proteger os trabalhadores dos efeitos prejudiciais do estresse, incluindo emoções negativas, comportamento antiético e esgotamento.

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Concretamente, o aprendizado nos traz novas informações e conhecimentos que podem ser úteis para resolver problemas estressantes de curto prazo; também nos equipa com novas habilidades e capacidades para enfrentar ou mesmo prevenir futuros estressores.
Psicologicamente, reservar um tempo para refletir sobre o que sabemos e aprender coisas novas nos ajuda a desenvolver sentimentos de competência e autoeficácia (uma sensação de ser capaz de atingir metas e fazer mais).
O aprendizado também ajuda a nos conectar a um propósito subjacente de crescimento e desenvolvimento. Dessa forma, podemos nos ver melhorando e desenvolvendo constantemente, em vez de ficarmos presos a capacidades fixas. Esses recursos psicológicos, portanto, nos permitem construir resiliência diante do estresse.
Evidência da aprendizagem como uma ferramenta para aliviar o estresse no trabalho
Pesquisas anteriores da HBR estabeleceram que, diante do estresse, as pessoas tendem a se envolver em comportamento antiético no trabalho, por exemplo:
- Roubar;
- Falsificar planilhas de ponto;
- Ser rude com os colegas de trabalho…
Para resolver esse dilema, a Harvard Business Review constatou que aprender coisas novas ou relaxar no ambiente de trabalho são duas possíveis soluções!
O primeiro estudo usou pesquisas diárias para rastrear os sentimentos e atividades dos profissionais no ambiente de trabalho durante duas semanas; e o segundo estudo usou respostas de pesquisas pareadas para relacionar as atividades e sentimentos dos colaboradores com o que seus supervisores observaram.
Em ambos os estudos, os funcionários relataram até que ponto se engajaram em atividades de aprendizado no trabalho (por exemplo, fazer coisas para ampliar seus horizontes, buscar desafios intelectuais ou aprender algo novo), bem como suas atividades de relaxamento no trabalho (por exemplo, tirar algum tempo para relaxar, dar um passeio ou navegar na web).
Os resultados
O primeiro estudo revelou que os profissionais, nos dias em que se dedicaram mais ao aprendizado experimentaram, diante do estresse, menos emoções negativas como ansiedade e angústia, e se envolviam menos em comportamentos antiéticos, como ser grosseiro e rude com colegas de trabalho.
Da mesma forma, no segundo estudo, esses benefícios foram mais comuns entre os colaboradores que relataram se dedicar mais ao aprendizado no trabalho do que outras pessoas.
Por outro lado, as atividades relaxantes não atenuaram as consequências prejudiciais do estresse – os profissionais experimentaram os mesmos níveis de emoções negativas e se envolveram em comportamentos antiéticos nos dias em que realizaram atividades mais relaxantes no trabalho, em comparação com os outros dias (estudo 1) , e quando geralmente focavam mais no relaxamento do que outros (estudo 2).

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Os efeitos amortecedores do aprendizado foram ilustrados em um estudo com residentes médicos, cujos trabalhos envolvem a tarefa estressante de cuidar de pacientes em condições críticas enquanto trabalham longas horas com pouco descanso ou indulto.
Em resposta à crescente questão do esgotamento médico, a HBR entrevistou aproximadamente 80 residentes de medicina interna da Universidade Johns Hopkins para entender melhor as relações entre seus comportamentos de trabalho e o esgotamento.
A análise revelou que os residentes que achavam que sua equipe se engajava em iniciativas de aprendizagem (como buscar novas informações ou refletir sobre o processo de trabalho da equipe) relataram níveis significativamente mais baixos de burnout.
Essa correlação entre o aprendizado em equipe e o esgotamento reduzido também foi observada para os residentes que relataram níveis mais baixos de interesse para a aprendizagem – o que significa que esses residentes ainda não estavam abordando seu trabalho com o objetivo de aprender.
Isso sugere que fazer parte de uma equipe onde outras pessoas estão aprendendo também pode ajudar a amortecer os efeitos prejudiciais do trabalho estressante e desafiador, mesmo (ou talvez especialmente) para aqueles que podem não estar tão inclinados a se concentrar em aprender.
Usando Estrategicamente a Aprendizagem no Trabalho
O que especificamente você pode fazer para aumentar o aprendizado diante do estresse no trabalho?
- Primeiro, comece internamente.
Pratique rever os desafios de trabalho estressantes em sua mente. Quando o estresse surgir, mude a mensagem que você diz a si mesmo:
“Esta é uma tarefa/situação de trabalho estressante” → “esta é uma oportunidade desafiadora, mas gratificante, de aprender”.
Reajustar atividades estressantes e passar a olhá-las como oportunidades de aprendizado muda sua mentalidade e o prepara melhor para abordá-las com a ideia de crescimento e ganhos de longo prazo.
- Em segundo lugar, trabalhe e aprenda com os outros.
Em vez de lutar com um desafio estressante apenas em sua própria cabeça, tente obter informações de outras pessoas. Conversar com seus pares e colegas pode revelar percepções ocultas, seja de sua experiência ou das questões e perspectivas que eles levantam.
- Por último, pense em atividades de aprendizado como uma nova forma de “intervalo de trabalho”.
Juntamente com as pausas relaxantes curtas, como meditação, ou mais longas, como tirar dias de folga, considere reformular o próprio aprendizado como uma pausa em suas tarefas rotineiras no trabalho.
Ver o aprendizado como “mais trabalho” o tornará menos atraente em uma situação já estressante, mas abordá-lo como uma forma de descanso pode torná-lo mais atrativo e mais propenso a criar experiências positivas e agradáveis.
Abraçar o aprendizado pode ser uma maneira mais ativa de se proteger dos efeitos negativos do estresse no trabalho, mas também não há necessidade de esperar o surgimento do estresse antes de buscar oportunidades para aprender algo novo!
Enxergar o aprendizado como algo intrínseco em sua vida pessoal e profissional te ajuda a desenvolver recursos para ser resiliente e preparado para lidar com o estresse futuro no trabalho e na vida!
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